BOLETÍN ELECTRÓNICO CIENTÍFICO
DEL NODO BRASILERO
DE INVESTIGADORES COLOMBIANOS
Número 1, 1999
TÍTULO
EFEITOS DA ADMINISTRAÇÃO SISTÊMICA DO DIAZEPAM E DA SUBSTANCIA P SOBRE A ANSIEDADE E MEMÓRIA AVALIADAS NUM TESTE DE EXPLORAÇÃO LIVRE COM O LABIRINTO EM T ELEVADO
TIPO
Dissertação de Mestrado
AUTORA
Marcela Bermúdez Echeverry
e-mail: marbechy@usp.br
ORIENTADOR
Prof. Dr. Carlos Tomaz Becerra
e-mail: ctomaz@unb.br
IDIOMA
Portugues
INSTITUIÇÃO QUE OTORGOU O TÍTULO
Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto -USP -Brasil; para obtenção do título de Mestre em Ciências, área de Psicobiologia.
Ribeirão Preto, SP, Brasil
ENDEREÇO PARA CONTATO
Departamento de Fisiologia, FMRP-USP
Avenida Bandeirantes, 3900
14049-900
Ribeirão Preto, SP.
Brasil
PALAVRAS CHAVE
Labirinto em T elevado, labirinto em cruz elevado, substância P, ansiedade, memória, diazepam, exploração livre
AUXÍLIO FINANCEIRO
Conselho Nacional de Pesquisas (CNPq).
DATA DA DEFESA
17 de outubro de 1998.
RESUMO
Objetivos: Avaliar os efeitos do Diazepam (DZP) e do neuropeptídeo substância P sobre a ansiedade gerada pelos braços abertos do labirinto em T elevado (LTE), caracterizando-o quantitativamente segundo as latências de saída do braço fechado e aberto, além de alguns índices de ansiedade descritos para o labirinto em cruz elevado (LCE), durante cinco minutos de exploração livre. Avaliar se existe uma correlação entre os efeitos ansiolíticos do DZP e do neuropeptídeo substância P durante o treino, com seus efeitos mnemônicos, durante o teste (72 horas após o treino) no LTE num modelo de exploração livre por 5 minutos.
Materiais e Métodos: Ratos Wistar foram submetidos ao LTE. No dia treino os animais receberam injeção do tratamento correspondente 25 minutos antes do treino. O animal era colocado no LTE, no final do braço fechado com a cabeça voltada para o centro do labirinto e era deixado em exploração livre por cinco minutos. O experimento era filmado com o sistema de vídeo e analisado posteriormente com um programa de análise comportamental (PROSTCOM). 72 horas após o treino, o rato era colocado novamente no LTE nas mesmas condições da sessão anterior de exploração livre, com exceção de que os sujeitos não recebiam qualquer injeção. As variáveis medidas no LTE com o programa PROSTCOM foram: - Latência da linha de base, primeira e segunda saídas do braço fechado durante o treino e primeira saída do braço fechado durante o teste.- Latência da primeira saída do/dos braço(s) aberto(s) durante o treino, e primeira saída do braço aberto durante o teste. -Tempo absoluto e relativo (porcentagem de tempo) de permanência nos braços abertos. -Tempo absoluto e relativo de permanência no braço fechado.- Número de entradas (valor absoluto e relativo) nos braços abertos.- Número de entradas (valor absoluto e relativo) no braço fechado.-Número de entradas (valor absoluto e relativo) e tempo (absoluto e relativo) no centro do labirinto.-Tempo absoluto e relativo, freqüências absolutas e relativas de um dos seguintes comportamentos: body stretching que se considera dentro do comportamento risk-assessment (avaliação de risco - foi medido o comportamento de esticar o corpo desde o braço fechado para o braço aberto só com as patas dianteiras e a cabeça para "avaliar" o meio), scanninng (colocar a cabeça por cima das paredes do braço aberto minuciosamente com as vibrissas em uma só direção, mas também incluiu head-dipping), end-exploring (visita ao final do braço aberto), todas medidas durante o treino.
Resultados: A administração sistêmica da SP mostrou tendência a prejudicar a performance da esquiva inibitória durante o treino, indicativo de um efeito ansiolítico, na dose de 500 µg/kg. No caso do DZP todas as doses apresentaram o efeito ansiolítico. Na segunda sessão (teste) a SP não apresentou efeitos adversos sobre a memória da esquiva inibitória.. Entretanto, o tratamento com DZP induziu um efeito amnésico anterógrado nas doses de 2 e 4 mg/kg. Esses resultados sugerem que a SP pode ter efeitos diferentes na modulação da ansiedade dissociados de um efeito mnemônico. Em contraste, os resultados com DZP sugerem um efeito ansiolítico com prejuízo da memória, especialmente da chamada ansiedade antecipatória.
Conclusão: Este trabalho representa uma contribuição para o estudo da ansiedade no LTE utilizando índices bastante estudados no LCE (File, 1992; File e cols, 1993; Cruz e cols, 1994) e suas possíveis correlações com a memória emocional. O procedimento empregado neste trabalho (exploração livre por 5 min) também parece ser adequado para estudar simultaneamente a relação entre ansiedade, aprendizado e memória como uma tentativa de entender os possíveis processos envolvidos nesses aspectos.