É com grande pesar que o departamento de matemática comunica o falecimento do professor Manfredo Perdigão do Carmo. Pesquisador emérito do IMPA, Manfredo do Carmo, foi um dos pilares da matemática brasileira, atuando na área de  Geometria Diferencial. Teve papel importante no estabelecimento do departamento de Matemática na Universidade de Brasília. Convidado por Elon Lages Lima e Leopoldo Nachbin, Manfredo do Carmo foi professor do MAT/UnB nos primeiros anos da universidade. O livro  Manfredo P. do Carmo Selected Papers, publicado em 2012, pela Springer,  foi editado por Keti Tenenblat.

Manfredo Perdigão do Carmo  nasceu em Maceió em 1928, onde estudou Matemática com o Prof. Benedito de Morais. Formou-se em engenharia civil no Recife em 1951. Trabalhou alguns anos como engenheiro e abandonou a carreira para tornar-se professor assistente na Universidade do Recife. Em 1959 fez um estágio no Instituto de Matemática Pura e Aplicada - IMPA e, influenciado pelo ambiente matemático ali existente, tomou a decisão fundamental de estudar nos Estados Unidos com S.S.Chern. Em setembro de 1960 foi, com bolsa do CNPq, para a Universidade da Califórnia, Berkeley, onde obteve o doutorado em janeiro de 1963. Além de Brasília, foi professor em Recife, Fortaleza, Berkeley e presidente da Sociedade Brasileira de Matemática e bolsista da Fundação Guggenheim. 

Seus trabalhos de pesquisas desenvolveram-se em Geometria Diferencial, em particular na Teoria das Imersões Isométricas e na Teoria das Subvariedades mínimas. Em 1978 foi convidado pela International Mathematical Union para apresentar os seus trabalhos no Congresso Internacional de Matemáticos, que se reúne a cada quatro anos. Em seus trabalhos de pesquisa, ele se interessou pelas Imersões Conformes e pela Teoria das Superfícies Mínimas e de Curvatura Média Constante. 

Orientou mais de 20 teses de doutorado e teve a alegria de ver alguns dos seus alunos se transformarem em matemáticos destacados. Teve um grande interesse em criar grupos de pesquisas em Geometria Diferencial no Brasil. Como consequência deste interesse, escreveu vários livros com a finalidade de aclarar a literatura existente em Geometria Diferencial e atrair jovens talentosos para esta área. Um desses livros foi traduzido em 1976 para o inglês e utilizado como texto em várias universidades estrangeiras; posteriormente, foi traduzido para o alemão, espanhol e chinês. (Fonte: Livro "IMPA 50 anos" e Academia Brasileira de Ciências. Foto: IMPA)